Guaracira, presente! Uma homenagem do GEASur à mestra.

Guaracira, presente!

O Geasur se solidariza à família e amigos da professora Guaracira Gouvêa.

Professora Guaracira, uma mestra fundamental para o GEASur, em cada encontro semeou afeto e esteve sempre presente com seu olhar atento. Nos abriu caminhos da educação; para o Ppgedu da Unirio é referência e para todxs uma inspiração.

Somos gratxs e honrados pelo amor e presença de Guaracira Gouvêa no GEASur.

Mulher visionária!
Uma giganta!

Guaracira ensinou pelo exemplo, com uma pedagogia de justiça e solidariedade comprometida com os “esfarrapados do mundo” , Companheira sempre disposta para estender a mão com a generosidade e o compromisso de quem não deixa ninguém pra trás.

Com sua bengalinha e palavras preciosas, ela permanecerá viva nas memórias de estudantes e colegas que passaram por ela, nas inúmeras contribuições que ela deu ao desenvolvimento da ciência – enquanto mulher pesquisadora, rompendo barreiras e gerando uma educação de qualidade.

Perdemos um ponto de luz, um par de olhos que brilham de amor pela docência. É triste ver partir uma companheira tão generosa, de alma boa e coração grande.
Perdemos uma MESTRA EDUCADORA, com letras maiúsculas.

Sigamos esse caminho, sigamos seus passos… Viva a Educadora!
Ela vive em nós!

Mestra Guaracira é eterna.

Curso de Extensão GEASur – 2019 “Educação Ambiental de Base Comunitária e Ecologia Política na America Latina”

3 CURSO GEASUR

Curso de Extensão GEASur – 2019
“Educação Ambiental de Base Comunitária e Ecologia Política na America Latina”
local: UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Endereço: Avenida Pasteur, nº 458 – Urca – Rio de Janeiro – Próximo ao ponto turístico Pão de Açúcar.
Quando: aos sábados
Horário: das 14:00 às 19:00 horas
Programação:
13/07/2019 – Educação Ambiental desde el Sur e Ecologia Política
20/07/2019 – EA, Justiça Ambiental e Ecologia Política
27/07/2019 – Metodologias de Base Popular: Militâncias Investigativa
10/08/2019 – Soberania Alimentar e Ecofeminismos
24/08/2019 – Neoextrativismo e pedagogias das lutas sociais

Obs.: Haverá atrações culturais após as 19 horas

MOÇÃO DE REPÚDIO À IMPUNIDADE SISTÊMICA NOS CRIMES SOCIOAMBIENTAIS

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Para as entidades que queiram assinar nosso manifesto, segue o link do formulário para assinaturas, com gratidão:
https://goo.gl/forms/miijdTqeUNe8z7kq1

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*MOÇÃO DE REPÚDIO À IMPUNIDADE SISTÊMICA NOS CRIMES SOCIOAMBIENTAIS*

Nós educadoras e educadores ambientais, participantes do Observatório da Educação Ambiental e da Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA), vimos manifestar nosso pesar e nossa solidariedade incondicional às vítimas do crime socioambiental de Brumadinho/MG. Um crime ambiental é sempre um delito social, e, por isso, expressamos nosso repúdio à necropolítica e sua necroeconomia, que se sustenta na ganância vil do lucro material, com total preterição à vida e outras dimensões imateriais. Uma violação ambiental acomete, em sua vasta maioria das vezes, grupos sociais economicamente desfavorecidos, em explícita situação de vulnerabilidade.

O que aconteceu no dia 5 de novembro de 2015, em Mariana-MG, não foi uma exceção na história da mineração no Brasil. Ainda sem investigação adequada, com o crime se arrastando de forma impune, o que volta a acontecer hoje é a consequência de um modelo predatório e dependente, que coloca o lucro e enriquecimento acima da vida. A reincidência destes desastres evidencia os efeitos da impunidade e a necessidade de um forte combate aos discursos e as práticas que estão em consonância com a proposta governamental de flexibilização da legislação ambiental e enfraquecimento dos órgãos de controle, bem como a proposta absurda de punir agentes de defesa ambiental que autuarem esses empreendimentos. É evidente a urgência no fortalecimento dos órgãos ambientais, que se veem cada vez mais enfraquecidos por interesses políticos de grupos econômicos que se articulam, em detrimento da conservação do patrimônio ambiental brasileiro e do bem-viver de sua população.

Clamamos pela impiedosa investigação que denuncie os responsáveis pelos dolos socioambientais que avançam sobre o Brasil, aqui em especial, no caso de Brumadinho-MG. A lama não é somente um resultado irresponsável que impacta a população de um modo geral, mas em particular, as comunidades mais pobres ou em situação e vulnerabilidade, como os ribeirinhos, quilombolas e indígenas, e em especial, os trabalhadores da usina que ali permaneciam.

É fundamental que as políticas ambientais, de minas e energia e de desenvolvimento, entre outras, sejam participativas, por intermédio do controle social. Tais políticas devem ser construídas sob condições operacionais que respeitem estritamente os preceitos da sustentabilidade material e imaterial dos povos ancestrais, das comunidades tradicionais e dos grupos sociais em situação de vulnerabilidade. É necessária e urgente a busca por um outro modelo de mineração no Brasil, em que o respeito à soberania dos povos esteja aliado ao entendimento da finitude de tais minerais estratégicos. Estes bens não podem ser alijados do respeito pleno aos interesses dos povos originários e das comunidades locais afetadas. Repudiamos, assim, qualquer plano que se aproxime às práticas com finalidades exclusivas de produção de lucros empresariais e financiamento para programas de quadros partidários e políticos.

Lembramos o legado de Chico Mendes para explicitar que todo ecocídio é um genocídio e que a defesa da Vida em todas as suas manifestações deve ser um princípio ético a ser assumido como basilar de todo ato político para nunca mais termos vítimas de crimes ambientais. As consequências desses crimes trazem danos incalculáveis ao patrimônio histórico-cultural, bem como causam a perda da biodiversidade, dos ecossistemas, dos acervos arqueológicos e de prejuízos não apenas físicos, mas psicológicos e morais. Para além do estado de Minas Gerais, ou do país chamado Brasil, as bacias hidrográficas não possuem fronteiras, os impactos ambientais dos rejeitos que chegam aos mares transcendem os muros cartográficos e um crime demarcado num território específico torna-se uma barbárie mundial.

Exigimos, neste contexto, a investigação exemplar e a punição dos responsáveis por este crime, com medidas técnicas e políticas que evitem outros danos causados por este tipo de mineração predatória. Finalizamos com a nossa eloquente solidariedade à dor daqueles que foram implacavelmente soterrados na lama, as perdas de familiares, amigos e colegas, além de outros seres vivos e paisagens físicas que, mais uma vez, ficarão cravados na memória da vergonha nacional pela imprevidência com a vida.

O Observatório de Educação Ambiental e a REBEA conclamam que demais grupos, entidades e coletivos assinem também essa *MOÇÃO DE REPÚDIO À IMPUNIDADE SISTÊMICA NOS CRIMES SOCIOAMBIENTAIS!*

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Para as entidades que queiram assinar nosso manifesto, segue o link do formulário para assinaturas, com gratidão:
https://goo.gl/forms/miijdTqeUNe8z7kq1

Foto: Isis Medeiros. Brumadinho, 2019

Nota de repúdio à violência e solidariedade à companheira Maria Santiago. FASCISTAS NÃO PASSARÃO

NOTA DE SOLIDARIEDADE A COMPANHEIRA MARIA SANTIAGO

NÓS DO GEASUR GRUPO DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESDE EL SUR MANIFESTAMOS NOSSA SOLIDARIEDADE A COMPANHEIRA MARIA SANTIAGO E REPUDIAMOS VEEMENTEMENTE O ATO COVARDE E CRUEL PROMOVIDO POR CRIMINOSOS COVARDES MISÓGINOS QUE A TOCAIARAM E A AGREDIRAM.
6 meses de impunidade com o extermínio de Marielle criou uma atmosfera permissiva a crueldade e a covardia
Exigimos a punição imediata dos responsáveis e a apuração precisa e urgente dos fatos

Não toleraremos violência contra as mulheres, não permitiremos que este extermínio misógino que vem se acentuando continue
MARIA SANTIAGO E SÉRGIO RICARDO SÃO GUERREIROS A FRENTE DA LUTA EM DEFESA DA BAÍA DE GUANABARA, DA NATUREZA E DA VIDA
NÃO NOS CALARÃO
NÃO NOS INTIMIDARÃO
NÓS DO GEASUR NOS LEVANTAMOS OMBRO A OMBRO JUNTO COM MARIA SANTIAGO
FASCISTAS NÃO PASSARÃO

GEASur e a Arte

Geasur e a Arte

Texto de Tita Bevilaqua e Celso Sánchez

Ecoando as temáticas abordadas durante o curso Ecologia Política e Educação Ambiental de Base Comunitária na América latina, o Geasur apresenta exposições e atividades artísticas que procuram fugir às cenas e narrativas dos grandes holofotes e buscam os pequenos lumes de poéticas que reconhecem tons, matizes, nuances e diversidades entre culturas, paisagens e relações socioambientais, resplandecendo, assim, um microcosmo de resistência, de cultura e de afetos.

As obras procuram dar visibilidade às singularidades e mistérios de criações espontâneas e de expressões culturais sobreviventes, comumente silenciadas ou ignoradas, propondo, não somente um momento de fruição e de sentido estético, como também a percepção de uma disposição da arte em fugir ao distanciamento de uma autonomia formal e passar a um estado socialmente engajado e conectado a uma prática pedagógica crítica e transgressora, que rearticula as relações interculturais e ambientais no cenário latino americano.

Uma arte que emerge deste território naturalmente expressa os sentidos da terraexistência e de uma história encharcada de sangue e suor, marcada pela diáspora afro-ameríndia, pela escravidão, espoliação e expropriação. Os objetos, telas, esculturas e fotografias escolhidos para acompanhar o curso tentam extravasar pelo olhar e sentimento de cada artista convidado a intensa necessidade de outros sentidos de existir e ser para além da colonialidade que opera sobre os indivíduos. A arte engajada é certamente uma bússola que aponta o sul, para onde os olhares, intenções e possibilidades de construção de inéditos viáveis e de utopias realizáveis possam acolher a todos aqueles que sonham com um mundo onde caibam muitos outros mundos possíveis.

II Curso de Extensão do GEASur – Ecologia Política e Educação Ambiental de Base Comunitária – 4• aula

4ª aula do Curso Educação Ambienta de Base Comunitária e Ecologia Política na América Latina.
Professor Dr. Renato Noguera (UFRRJ) – 04 de agosto de 2018

Resenha feita por Cândido Rafael

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Alessandra Nzinga, pesquisadora e mestranda do GEASur começou a apresentação da 4ª aula do curso, falando sobre a sua pesquisa de mestrado, Educação Ambiental que emerge dos terreiros de candomblé, e a importância para a Educação Ambiental de Base Comunitária e, posteriormente, fez uma breve apresentação do Professor Dr. Renato Nogueira, do departamento de Filosifia da UFRRJ e da pesquisadora e doutoranda Katiuscia Ribeiro da UFRJ.

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A primeira parte da aula do dia foi proferida pelo Prof Dr. Renato Noguera. Como uma breve apresentação de suas obras para os discentes e uma breve reflexão sobre a generalidade do seu trabalho acerca da Filosofia Negra e o Pensamento Africano e Afrobrasileiro.
A aula iniciou a partir da reflexão dos conceitos de Pedagogia Pluriversal e as Práticas Ambientais Comunitárias. Conceitos que foram provocados no público através de uma visão cósmica do Universo em contrapondo ao pluriverso. Situando o público no espaço/tempo das correntes e pensamentos ocidentais e orientais.
Após a abordagem teórica inicial, o professor iniciou uma provocação filosófica sobre os vocábulos Cosmovisão e Cosmosentidos. Relacionando o primeiro à questão da percepção de mundo pelo sentido da visão e os Cosmosentidos pela maneira de ver o mundo que não seja somente pela visão, mas sim os outros sentidos como o paladar, olfato, tato e audição.
Diante dessa necessidade de plurissentir o mundo, a narrativa do docente transitou entre a diferença do ao de Estudar e o de Aprender. Estudar algo relacionado ao ofício, aprender algo relacionado à parte lúdica da vida. Estudar, muitas vezes, representa a ordem do interesse de pesquisar, de compreender o funcionamento do mundo pelo prazer.


A partir da problematização do conceito de estudar e aprender, o docente questionou a abordagem do ensino por competência e habilidades, pois coloca numa “régua mensurável” uma separação dos alunos por uma nota. Separação extremamente perigosa do que chamam popularmente de “joio e do trigo”. Logo, o vocábulo “Aprender” dá a ideia de que o outro está desconectado de nós, pois se tem a ideia de que somos o centro do universo.
A partir do esvaziamento linguístico do vocábulo africano Ubuntu, somos todos/nós somos, no sentido de que há uma unidade, dificulta reconhecer que as sociedades não são iguais e isso é importante, pois é necessário a diversidade das comunidades. Nossa organização social é interessante por que os grupos podem buscar um objetivo comum, porém torna paradoxal. Porque precisamos enfrentar os atritos, debates, conflitos para crescermos em comunidades.
Sobre as religiões, o docente abordou a questão das visões teológicas das Religiões abraâmicas, que surgiram da narrativa bíblica de Abraão, o islamismo, o judaísmo e o cristianismo. Essas religiões se alimentam da ideia de tribos eleitas e, portanto, entraram no imaginário burguês contemporâneo. A pedagogia hegemônica, ou seja, dominante quer chegar a uma utopia de que chegaremos ao ponto do futuro para o sucesso, como uma espécie de salvação.
Ainda sobre as religiões e a psicologia, autores africanos revisitaram a psicologia e a psicanálise ocidental e encontraram uma relação fascista que mantem uma posição controladora do ambiente, pois foi dado a Adão o direito de nomear e controlar a criação. Nas religiões abraâmicas, o ser humano é, portanto, o centro gravitacional do universo.
A partir do conceito de que não somos o centro do universo, o docente cita a obra de Davi Kopenawa e Bruce Albert, “A QUEDA DO CÉU: Palavras de um xamã yanomami”, na qual diz que os seres humanos não são seres depois dos animais e os animais não são seres que vieram depois dos humanos. Aborda também a questão espiritual da relação entre o colonizador: “Os astecas têm almas?” e o colonizado “Os espanhóis têm corpo?”.

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É a partir dessa abordagem da decolonialidade que a aula caminhou para o sentido de que algumas sociedades não se organizaram para ser coloniais/colonizadoras. Nesse ponto, a antropóloga Guarani e doutoranda Sandra Benites e Antônio Bispo servem para inspiração de como compor práticas e pensamentos distintos de maneira decolonial. Pois a maneira como se pensa os gêneros nas sociedades indígenas e africanas podem nos fazer refletir sobre o conceito de hegemonia.
Levando em consideração o pensamento decolonial, o trabalho não é a expressão máxima humana como afirmava Marx, não é uma tarefa que revela o humano. É a maneira como o ser-humano interage com a realidade. A noção do trabalho com o meio-ambiente muda com a nossa percepção da tese da centralidade do trabalho. A relação humana pode ser livre de impostos nas organizações tradicionais, pois não se organizam pelo relógio, mas de acordo com os indicadores da natureza. Por isso, a Europa via os americanos e africanos como não pensadores, preguiçosos por que não organizam seus trabalhos como os ocidentais faziam.
O tempo na perspectiva oriental, portanto, é sentido de maneira diferente. Na sociedade tonga, por exemplo não se escondia a idade, pois, para esse povo, “Isso é uma tentativa de mascarar a experiência da vida.”
A sociedade se baseia, portanto, na visão de mundo. Ela se relaciona primeiro na visão e não nos outros sentidos. Essa é a maior diferença entre a visão e os outros sentidos como olfato, tato, paladar. O marxismo e a bíblia, portanto, nesse sentido, têm muitas coisas em comum, pois partem no principio do trabalho, da visão e da perfeição. Tem-se no trabalho uma penalidade, no pecado original de Adão e Eva.
A tradição moderna opera dentro do espectro de visão de mundo. Para que possamos sair dessa visão, deveríamos abandonar o trabalho no seu sentido judaico/cristão/marxista. Não trabalhar o tempo todo, mas quando se tem necessidade, não com o intuito de acumular o capital.
Precisamos mudar a forma como sentimos as coisas. Da onisciência para a pluriversalidade, da religiosidade para a espiritualidade.
A política bipartidária funciona da maneira de se fazer conversão. Um lado voltado para o mercado e outro para a comunidade. Igualdade x liberdade. Esquerda x direita. Democratas e republicanos. Estrela vermelha e tucano, azul e vermelho. Esquerda e direita. Talvez seja possível fazer política de outra maneira. Pois caímos num esquema pré-montado do jogo político. Precisamos pensar em outras formas de pensar no jogo politico e da educação. A tradição não responde todas as coisas. Precisamos entender, portanto, como as sociedades se organizam. Os yanomamis, guaranis, tongas.
Já, no campo da Educação Ambiental devemos abandonar a Ideia hegemônica de avanço, crescimento, progresso. Isso pode se tornar um totalitarismo. Precisamos voltar a ser crianças. Os três erres, reciclar, reutilizar e retornar, não vai solucionar o problema ambiental. Muitas vezes, desenvolver-se pode gerar muitos problemas. Precisamos, por isso, pensar outras maneiras de gerar energia.
É necessário também refletir que “Nem tudo que se ajunta, se mistura. Nem tudo que se mistura, se ajunta.” Conforme afirma Antônio Bispo dos Santos. Precisamos abandonar a ideia do biointeracionismo entre o sintético x orgânico numa sociedade moderna que diz ser o sintético é mais importante do que orgânico.
Depois de muitas provocações, o docente abriu a aula para a participação dos alunos e deixou a seguinte mensagem: “Devemos incorporar novos hábitos e essa incorporação não vem pelo aprendizado, mas sim pelo estudo.”

Samba em Resistência no encerramento do II Curso de Extensão do GEASur

Roda de samba “Samba em Resistência” no auditório Paulo Freire – Unirio. Encerramento do curso de extensão “Ecologia política e educação ambiental de base comunitária na América Latina”

IMG-20180819-WA0021Resumo por Juliana Barbosa

A proposta da roda de samba intitulada “Samba em Resistência” nasce do desejo de refletir criticamente a cultura negra e suas expressões no sentido de desconstruir e lutar frente aos ataques racistas ao samba. Propõe-se pontuar através desta linguagem artística as resistências cotidianas que mantêm o Samba vivo. A luta do samba em Resistência diz respeito às violências sociais que marginalizam a cultura negra.

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Desenho de Daniel Renaud e fotografias dos pesquisadores do Geasur

Carta de apoio aos refugiadxs Venezuelanxs

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O Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde el Sur declara seu repúdio à prática xenofóbica por parte de grupos organizados, localizados na cidade de Pacaraima-Roraima em virtude do episódio de ódio e violência despendido aos companheiros e companheiras refugiadxs venezuelanos.

Entendemos que o acolhimento dos refugiados do nosso país vizinho é necessário e que as autoridades brasileiras não estão preparadas para acolhe-los de maneira digna e respeitosa, em virtude de não reconhecê-los como vítimas de um sistema econômico hegemônico e de espectro internacional promovido pelo capital.

Gostarímos, portanto, de estender nossa solidariedade às crianças, jovens, adultos e idosos que, com muito sofrimento, buscaram o Brasil num momento de desespero para tentar recomeçar as suas narrativas, mas foram recebidxs não só com o discurso do ódio e indiferença como também foram alvos de violência que figuraram na mídia no último sábado (18/08/18).

Força, irmxs venezualanxs!
Fora Temer!!!

GEASur/UNIRIO

GEASur e a Arte: “Terrumanidade, Terrexistencia e Territoriania: irrigações interculturais”

Título: Terrumanidade, Terrexistencia e Territoriania: irrigações interculturais

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Como as veias abertas da America Latina, nossos rios hoje secam pela voracidade e ganância dos “conquistadores” da natureza, fluindo o sangue, o suor e as lágrimas da nossa ancestralidade usurpada e silenciada em um projeto programado de colonização, baseado na expropriação da natureza e negação do outro. Os “bandeirantes”, caçadores de gentes e guiados pela cegueira em busca de ouro, foram incapazes de perceber a verdadeira riqueza a sua frente, não era o Ouro e sim o Outro da onde reluzia o tesouro mais fértil dessas terras que em se plantando tudo dá.

A exposição Terrumanidade, Terrexistencia e Territoriania: Irrigações Interculturais imerge nesses tesouros pelas suas reminiscências para transcender o brilho que ainda reluz nas periferias, aldeias, quilombos, favelas, terreiros, nos mestres e mestras campesinas, onde esses Outros revelam um pedaço de Nós que, apesar de silenciado, ainda pulsa. Os laços que formam esse tecido entrelaçado de nós e entrenós e que fertilizam de gente este solo latino americano ou Abya Yala, como chamavam os povos originários deste imenso continente, afirmam a humanidade e a existência encarnadas à natureza e às confluências e transfluências que hoje são memórias bioculturais, suficiências intimas nas reminiscências dos saberes ancestrais, os quais reexistem e nos incitam a emergir no nosso direito de existir e ser em nossa humanidade.
Apesar da dor o amor há de vencer e a arte apresentada nesta mostra coletiva é uma declaração de amor, uma insurgência poética de imagens e instalações, que sugerem a reterritorialização da importância e valor da diversidade cultural, do conhecimento ancestral e popular e da íntima relação entre natureza e cultura.

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“direito a terra
direito a água
direito ao ar que eu respiro
direito a ser que eu sou
sou terrumanidade
terrexistencia
territoriania
no sangue das minhas veias abertas
america latina
corre o sangue e a vida das minhas ancestrais
voz de griots
pajés
xamas
e minhas avós
mais velhas
velam a minha voz, indignação
sou terrumanidade
terrexistencia
territoriania”

Musica da Disrithmia in Blues
inspirada pela tese de doutorado de Marcelo Stortti.

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Essa exposição coletiva foi apresentada no II Curso de extensão em Educação Ambiental de Base Comunitária e Ecologia Política na América Latina realizado na Unirio no dia 18 de agosto de 2018. Contamos a participação dos processos artísticos de

Tita Bevilaqua: Objeto “Colhendo Lírio” e tela “Não era peixe, não era”. Uma sensível homenagem ao feminino com estética conectada aos saberes tradicionais e referência às energias das águas representadas pelas orixás Oxum e Iemanjá.

Daniel Renaud: Fotografia de crianças indígenas Krahô brincando com a natureza realizadas em uma imersão de formação de Educação Ambiental na Aldeia Nova em Tocantins (2015).

Emerson Guerra: Fotografia povo Krahô
na Terra Indígena Krahô de Tocantins. Foto machadinha sagrada “KOJRÉ” na aldeia Pedra Branca (2013) e fotos de corrida com toras de Buriti e da cantoria na festa da batata na Aldeia Manuel Alves (2015).

Celso Sánchez: Fotografia dos indígenas Guarani M’bya na Aldeia Araponga em Paraty (2016). Foto da paisagem vista da janela rústica e registros das mulheres indígenas na cerimônia de batismo do milho.

Luan e Pâmela: Terrários, chamados de Terráqueos, microecossistemas que utilizam elementos paisagísticos de forma harmônica e nos aproximam da natureza. Podem ser integrados as práticas educativas no debate de questões socioambientais.

Raiene e Silas Evangelista: Charges de agricultores do Movimento dos Atingidos por Barragens na luta pela vida e contra a barragem do Guapiaçu que retratam o processo de desapropriação, violência e disputa territorial no período da ditadura e o atual conflito pela água gerado pelos grandes projetos de desenvolvimento que atingem Cachoeiras de Macacu.

Bárbara Pelacani: [foto]escrevivências sobre o conflito da barragem do guapiaçu e a colombiana pedagogia da Maestra Lola. Criadas com inspiração na prof. Conceição Evaristo com reflexões sobre uma Educação Ambiental de Base Comunitária.